16 de jun. de 2009

Das expectativas...




Saí da minha terapia hoje pela manhã com um puxão em uma orelha e uma pulga atrás da outra...




Falávamos sobre relacionamentos, mais especificamente sobre o meu, e ouvi minha terapeuta falar que, se eu souber levar minha relação- nada convencional, sou obrigada a confessar- sem expectativas, tudo correrá bem.




"Sem expectativas".
Essa negativa da esperança ficou ruminando em minha cabeça durante um bom tempo.


Sem expectativas...
(E quem é que, hoje em dia, vive sem expectativas, meu senhor?)




Segundos dados do IBGE, a expectativa de vida do brasileiro, em 2003, era de 71, 3 anos.
Tendo em vista meus 34 anos, me sobra ainda, se eu ficar dentro das expectativas, mais do dobro de anos já vividos... Não que eu pense nisso. Citei este dado meramente como exemplo.
E embora eu viva com a cabeça no futuro, raramente projeto minha vida nele. Nem pro bem, nem pro mal. Apenas deixo a vida me levar.




Bom, mas voltemos ao assunto que gerou essa discussão: o viver sem expectativas.
Descobri que, ou sou um tipo quase em extinção de otimista, ou, como diria minha amiga Camila, sou uma quase camicaze.
Não sei viver sem sonhar. Não consigo amar sem acreditar. Não sei gostar pouco. Não consigo ir devagar. Não sou de sentimentos rasos, nem de relações superficiais.
Sou inteira e intensa. Por vezes, impaciente e até imprevisível.
E essas minhas características, fizeram-me renunciar a este amor no dia de hoje; conduziram-me a desistir desta história...
Até quando? Nunca se sabe!
Mas...
Não posso começar um romance que já nasceu condenado ao fracasso. Não posso amar escondido quando tenho vontade de me espalhar aos 4 ventos. Não posso acreditar em alguém que vive perdido em suas próprias mentiras e enrolações.
Simplesmente, não posso viver assim: sem esperar, pra mim, as melhores das expectativas.