21 de fev. de 2009

Sobre o tempo e seus reencontros...ou: no llores por mi Argentina!


You won't believe me

All you will see is a girl you once knew

Although she's dressed up to the nines

At sixes and sevens with you


Don't cry for me Argentina

The truth is I never left you

All through my wild days

My mad existence

I kept my promise

Don't keep your distance


É estranho como algumas coisas e pessoas ressurgem em nossas vidas... De uma forma, ou de outra, depois de algum tempo, ou de muito tempo, elas voltam. Reaparecem... E, dependendo do nosso momento, tornam-se importantes de novo no nosso dia-a-dia...

Há pouco mais de 10 dias, reencontrei- ou fui encontrada, como minha irmão gosta de dizer- por amigos que eu não via/sabia há mais de 13 anos... Pessoas que fizeram parte dos meus 20 e poucos anos, que me acolheram em suas casas, me fizeram rir, chorar, amar, viajar, viver!

Dentre esses, um antigo namorado, o Topito... Nos conhecemos numa praia pequena, Punta Del Diablo, reduto de pescadores e de gente que, como meu padrasto, adora a cultura uruguaia; e las manteguitas y dulce de leche Conaprole, las milanesas, las ensaladas...


O ano era 1997. Na falta de distração dentro da cabana, e findado o dia maravilhoso de sol, saímos, eu e a Manu, para jogar videogame no único bar local que ficava aberto à noite: o posta dos navegantes. Foi neste lugar que conhecemos os 4 argentinos que mais amo na vida: Pablo, Gabi, Michi e Topito...Depois de umas 15 Patricia, muita conversa jogada fora e uma tempestade digna de filmes de horror, fomos para casa deles terminar a noite de uma amizade que mal começara...

Comecei a namorar o Topito naquela noite: molhada da chuva e borracha pelas Patricia. Foi um dos melhores anos de minha vida: com direito a cartas apaixonadas pelo correio- a internet não estava acessível como hoje- troca de fotos, muitos telefonemas, viagens a mi Buenos Aires querido, assados, presentes, war na casa do Michi, visitas ao trabalho de Gabi, compras na Av. Mitre, choro na despedida, muitas lágrimas e promessas de que "mucho pronto" estaríamos juntos de novo.

Quis o destino, aliado à pouca idade, falta de dinheiro, distância, que um dia eu pensasse melhor e resolvesse pelo término do namoro. Nunca mais falamos. A vida seguiu pra ambos os lados: argentino e brasileiro. Os corações se apaixonaram e sofreram e amaram e esqueceram de novo. Foram mais de 13 anos sem notícias. Sem saber como estavam, o que faziam, se lembravam da gente. Foram muitos anos de um falso esquecimento, visto que, em nossas lembranças e em nossos corações, aqueles 4 cavalheiros do apocalipse nunca foram, de fato, esquecidos.


E assim como o destino fez-nos distantes da primeira vez, o mesmo destino proporcionou-nos um novo encontro: desta vez, cibernético. E enquanto o tempo não pára, enquanto a vida segue seu curso e as pessoas vão escrevendo suas histórias, sigo esperando por um novo amor: e se ele for argentino, mejor!