11 de dez. de 2009

What if...


Como seria o mundo se a gente pudesse antever algumas situações a tempo de evitar certas surpresas?


Ou se tivéssemos o poder de dar um stop, um pause, um forward, ou um rewind como aquele filme que brinca com a vida desta maneira?


Seríamos mais felizes?


Estaríamos mais satisfeitos?
Quando estudava inglês, adorava as hypothetical situations... Além da sonoridade da expressão me cair muito bem aos ouvidos, "hy-po-the-ti-cal -si-tu-a-tions", ficava imaginando what if isso, what if aquilo... Do mais lúdico pensamento até os mais escabrosos... Do mais ingênuo até o mais pecaminoso...
Infelizmente, tratam-se, mesmo!, de situações hipotéticas; as quais, na vida real, neste mundo concreto, não passam de suposições acerca da impossibilidade de mudarmos algo que não depende de nós.
Coincidentemente, ou não, todas as situações hipotéticas relacionam-se ou ao tempo passado, ou a um tempo futuro...
[... E se eu não tivesse feito/dito tal coisa? ( já fez/disse: impossível voltar atrás).
... E se eu ganhasse na megasena amanhã? (provavelmente, não ganhará: mas, não sejamos tão pessimistas: confira seus números mesmo assim)].
Me atrevo a afirmar que meu entusiasmo por tais situações reside no fato de eu preocupar-me muito mais com o meu passado e futuro do que com o tempo presente, o aqui e agora.
Aliás, conheço poucas pessoas que vivem, hoje, desprendidas de seu passado, ou despreocupadas com seu futuro.
Estamos presos no "e...se...". Sempre. Como um vício.
E a adição é tão intensa que parei pra pensar, neste exato momento, no mais absurdo de tudo: e se eu não tivesse pensado em nada disso, este texto existiria?
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23 de ago. de 2009

Dando as boas-vindas!

Acordei com uma nada estranha sensação de felicidade... Apesar de não saber dele, há exatas 24 horas, meu coração estava tranquilo, em paz.
Acho que alguma verdade- ou muita verdade- existe por trás de alguns ditados populares, como aquele : "quem espera, sempre alcança".
Havia alguns dias, eu tinha me decidido a esperar. Esperar de verdade: sem fazer gênero, sem fazer birra, sem criar caso. Apenas esperar. Como quem espera o fruto de uma colheita. Viesse ele, ou não.
Aprendi que a gente pode ser feliz, também, nas esperas. No desejo de ter, sem, ainda, possuir. O importante não é chegar, é ir; já dizia Charles Chaplin.
E, em meio a essa onda de serenidade arquitetada, recebi uma mensagem que aquietou, de vez, meu coração: "to com o carro lotado".
Para o leitor, que apenas me lê agora, talvez tal mensagem não lhe traga muito sentido. Para mim, no entanto, ela carregava um mundo: um mundo de sonhos. Um mundo de possibilidades. Um admirável mundo novo, como pretendeu Aldous Huxley um dia.
E, assim, num domingo de sol, dia 23 de agosto, ele entrou, não só porta adentro, como para dentro da minha vida.
Se ele vai ficar? Não sei.
Quanto tempo ficará? Não faço a mínima idéia.
O futuro só a Deus pertence.
Sei do meu dia de hoje. Do meu momento presente. E, enquanto estivermos juntos, e felizes, nada será contra nós.
... Aproveito a companhia dele para saborear o fruto recém colhido...
O amor, a amizade e a confiança tem um doce sabor. E se uma vez plantados e cultivados, diariamente, não faltarão nunca à mesa de quem os semeou.

14 de jul. de 2009

O caminho das índias é aqui...


Ultimamente, minha vida tem sido uma novela... E com tudo o que tem direito: enredo água com açúcar, mocinho e mocinha que se amam e nunca ficam juntos, triângulos amorosos, discussões, encontros, desencontros, noites insones, choradeiras...


O pior é que, ao contrário dos folhetins acompanhados na televisão, outrora, no rádio, o autor da minha telenovela é desconhecido. Escreve de maneira anônima. Me entrega os capítulos do dia de acordo com o passar das horas, sem que haja tempo para ensaios ou decorebas.


O enredo, também, é uma incógnita. Sem falar do elenco, que entra e sai sem deixar rastro, figurantes que nada mais fazem do que rápidas aparições, às vezes nada marcantes no telespectador, além dos protagonistas e antagonistas característicos de histórias como estas.


Quem tem acompanhado minha sina, diverte-se e/ou emociona-se com o andar dos capítulos; por vezes cômicos, por vezes dramáticos, por vezes um misto de ambas as coisas.


Meu interlocutor recebe minha mensagem de maneira atenta, curiosa; percebo que consigo prender sua atenção, fidelizar sua audiência...


(Amigos, os de verdade, são nossa melhor platéia: faça chuva, ou faça sol, estão sempre presentes para nos aplaudir; ou vair, quando necessário. Mas estão lá. Presentes. E a presença deles é o que nos mantém atuando vida afora.


Voltando à novela da minha vida, os últimos capítulos exibidos apontam para o término da história. E pelo exposto, parece que o roteiro terá um final feliz: após 66 dias de múltiplos acontecimentos, parece que, finalmente, ou felizmente, o galã ficará com a estrela principal. Narcisismo à parte, essa foi a promessa dele: em pouco tempo estaremos juntos. E para sempre.



E enquanto espero, ansiosa e esperançosamente, a entrada dos letterings the end na minha tela, reservo um pequeno espaço do meu tempo para eventuais surpresas...



Sim, porque sendo a vida tão imprevisível como ela é, e sendo as pessoas tão egoístas e acomodadas como elas estão, sempre conto com a possibilidade de, na hora H, vir aquele tsunami e arrastar para bem longe meus planos e sonhos.



E, embora eu queira acreditar que aqui não existe este tipo de calamidade, e ainda que eu espere, de todo meu coração, por um final feliz, uma atriz de verdade precisa saber encenar- e encarar- qualquer papel na sua carreira, por mais difícil que este o seja.


E como cada trabalho realizado ao longo dos anos vai nos amadurecendo e nos aprimorando, enquanto personagens reais, certifico-me de que todo este tempo empregado nesta história não foi em vão. Alguma mensagem eu deixarei, ou alguma lembrança carregarei sempre comigo.


Com qualquer que seja o final da minha personagem.


Que assim seja.


FIM.

16 de jun. de 2009

Das expectativas...




Saí da minha terapia hoje pela manhã com um puxão em uma orelha e uma pulga atrás da outra...




Falávamos sobre relacionamentos, mais especificamente sobre o meu, e ouvi minha terapeuta falar que, se eu souber levar minha relação- nada convencional, sou obrigada a confessar- sem expectativas, tudo correrá bem.




"Sem expectativas".
Essa negativa da esperança ficou ruminando em minha cabeça durante um bom tempo.


Sem expectativas...
(E quem é que, hoje em dia, vive sem expectativas, meu senhor?)




Segundos dados do IBGE, a expectativa de vida do brasileiro, em 2003, era de 71, 3 anos.
Tendo em vista meus 34 anos, me sobra ainda, se eu ficar dentro das expectativas, mais do dobro de anos já vividos... Não que eu pense nisso. Citei este dado meramente como exemplo.
E embora eu viva com a cabeça no futuro, raramente projeto minha vida nele. Nem pro bem, nem pro mal. Apenas deixo a vida me levar.




Bom, mas voltemos ao assunto que gerou essa discussão: o viver sem expectativas.
Descobri que, ou sou um tipo quase em extinção de otimista, ou, como diria minha amiga Camila, sou uma quase camicaze.
Não sei viver sem sonhar. Não consigo amar sem acreditar. Não sei gostar pouco. Não consigo ir devagar. Não sou de sentimentos rasos, nem de relações superficiais.
Sou inteira e intensa. Por vezes, impaciente e até imprevisível.
E essas minhas características, fizeram-me renunciar a este amor no dia de hoje; conduziram-me a desistir desta história...
Até quando? Nunca se sabe!
Mas...
Não posso começar um romance que já nasceu condenado ao fracasso. Não posso amar escondido quando tenho vontade de me espalhar aos 4 ventos. Não posso acreditar em alguém que vive perdido em suas próprias mentiras e enrolações.
Simplesmente, não posso viver assim: sem esperar, pra mim, as melhores das expectativas.







9 de jun. de 2009

Vivendo e aprendendo a jogar...


LUA ADVERSA
Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

3 de jun. de 2009

Das efemeridades da vida...ou: do tempo que dura uma briga.

E assim como ele veio, partiu... De maneira rápida, precisa, quase indolor...
(Algo como puxar o band-aid do ferimento sem pestanejar: de sopetão!).
Pela primeira vez, desde que o conheço, consegui fitar aqueles olhos verde-azeitona e não me deixar sucumbir. Pela primeira vez, em muito tempo, a minha força predominaria sobre a minha vontade.
Deixei-o bater a minha porta uma, duas vezes. Atendi de birra...
Quando o vi, mal acreditei ser aquele homem o motivo de tanta insônia e inquietação... Talvez não fosse ele e, sim, eu. Talvez fosse o dia impróprio; talvez, não. Talvez fosse meu cansaço; talvez, não. Talvez nada mais fosse como antes; talvez, não.
Ouvi suas palavras já sem muita- ou nada de- paciência. Aquela noite era minha. E eu estava decidida: não o queria mais na minha vida.
Mandei-o embora como se espanta uma mosca: com um safanão. E, pela primeira vez, o vi sair porta afora convencido de que era aquilo mesmo que eu queria.
Venci.
Mandei-o de volta para o lugar onde vão todos os sem-importância, sem- futuro, sem-chance, sem-volta...
Deitei na minha cama com a alegria de quem ganha um presente. No meu caso, um futuro. E sem complicações.
Meus pensamentos foram interrompidos pelo tocar do telefone: era ele. Já sem certeza nenhuma de coisa alguma, atendi.
Escutei algo do tipo: "Não vou desistir de ti, Carol".
Esse havia sido meu pedido a ele em algum outro momento de crise: mesmo que eu te peça, que eu te mande embora, não desitas de mim...
E, ao que parece, ele lembrou.
E com um novo e enigmático sorriso no rosto, virei pro lado e peguei no sono.










1 de jun. de 2009

Gone with the wind...mais uma vez...


Coincidentemente, comentei sobre o filme ...E o vento levou num destes dias... Digo, coincidentemente, porque domingo dei uma voltinha no shopping- coisa raríssima no meu ser- e dei de cara com o filme nas Lojas Americanas. E por apenas R$ 12,99!
Não tive dúvida alguma em levá-lo pra casa e em passar o resto do meu fim-de-semana na companhia de Reth Butler e Scarlet O'Hara.
E é realmente impressionante: depois das centenas de vezes vistas, ainda consigo me emocionar e chorar toda vez que o Clark Gable decide abandonar Vivian Leigh de vez; não sem passar os 233 minutos da odisséia tentando, de tudo quanto é jeito, fazê-la gostar dele...
E me arrisco a divagar se assim será nossa vida... Será que passamos a existência toda em busca de algo que, no final das contas, já nem queremos mais, ou nem tem mais tanta importância?
Será que minha eterna procura ao amor tornou-se obstinação em vez de necessidade? Será que minha teimosia e mania de perfeição impediram-me de ver- e viver- as coisas que estavam expostas aos meus olhos?
E enquanto sigo sem respostas, aperto o play do meu dvd.